sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Uma Nova Experiência


Desde Setembro que comecei uma nova experiência.
Sempre adorei futebol, há quem diga que sou uma croma da bola, pois apesar de ser uma rapariga sei alguma coisa sobre o assunto.
Há uns anos, desde que começou a praticar-se futsal no Milharado comecei a dar mais atenção à modalidade, fui acompanhando sempre os jogos e por vezes treinos de todos os escalões. Tentei formar uma equipa de Futsal feminino, mas durou pouco tempo.
Mas há 3 anos, algumas raparigas juntaram-se e pensaram formar uma equipa a sério, que pudesse competir. Inicialmente não quis participar, estava demasiado focada na minha outra paixão desportiva, só queria progredir no Karaté e não tinha tempo para tudo.
Mas tanto insistiram, que decidi começar a treinar, de inicio sentia-me mal, conhecia algumas colegas mas só de vista, não falava com algumas, tinha má impressão de outras. Com o tempo, fui ficando cada vez mais entusiasmada, e apliquei-me sério, fiz amigas, amigas que nunca pensei fazer, pessoas que me surpreenderam pela positiva.
Os resultados não eram os melhores, mas só o facto de ir ao treino e estar com o pessoal era um factor de motivação para mim.
Nem o facto de passar de titular a suplente me desmotivou, pois tinha plena noção de que a minha colega poderia fazer melhor do que eu, e o que mais queria era o bem da equipa.
No 2º ano apliquei-me ainda mais, deixei o karaté, pois fui me desmotivando, sem duvida que é um desporto que me faz vibrar, e onde conheci pessoas que não mais esquecerei, nem aquele Sr. de bigode que um dia partiu de entre nós.
Mas em Novembro aconteceu o pior, lesionei-me no joelho, uma lesão que me impediu de jogar o resto da época, tive de deixar de ir a treinos e jogos, era doloroso de mais, ve-las lá a fazer o que eu tanto gostava.
Só no final da época consegui ultrapassar isto, e voltar a apoiar fortemente a equipa. Jogar regularmente estava completamente posto de parte.
Surgiu então um convite, que de início pensei recusar, achava não ter condições para tal, pois foi-me proposto ser a nova treinadora da equipa, uma vez que o treinador teria de se afastar um pouco, não poderia estar tão presente como até ali.
Durante o tempo de férias fui pensando e fui sendo pressionada por amigos e familiares a aceitar, pois era uma coisa que realmente eu gostaria de fazer.
Heis que surge um novo problema, era obrigatório ter curso de treinador para poder orientar a equipa. Vários foram os esforços para que se consegui-se meios financeiros para eu tirar o curso, uma vez que não conseguimos a ideia de federar a equipa foi ficando afastada.
Mas um dia surgiu uma ideia, convidar um amigo de longa data para tirar o curso e ficar como treinador. ele ficou indeciso, pensou durante uns tempos e acabou por aceitar. Fiquei então mais ligada a aspectos de papelada e a treinar as guarda-redes, está a ser uma experiência interessante, mas não tão fácil como parecia.
Uma vez que vivo isto com toda a intensidade, é um pouco complicado chegar aos treinos e ter poucas jogadoras, chegar aos jogos e perder por muitos golos, sabendo que temos capacidade para fazer melhor.
Constatei também que lidar com uma equipa de mulheres não é tão fácil como uma equipa de homens, pois é mais difícil agradar.
Já muitas vezes estive para abandonar o barco, mas sou teimosa e tenho tido o apoio de muita gente para não fazer.
Em casa dizem que já passo mais tempo na sede do que lá, mas é assim, faço tudo o que posso pela minha equipa e pelo meu clube, lá sinto-me bem, esqueço o mundo e os problemas.
Apesar de tudo está a ser positivo, tenho de lidar com situações que nunca pensei ter perante mim.

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